sábado, 19 de março de 2011

Deixa a brisa bater.

Tudo roda. Tudo gira. Tudo muda. Tudo pira. Fumaças me fazem a cabeça, viajo os pensamentos, imagino todo o mundo. Meu mundo paralelo, em que crio meus próprios monstros. Meus heróis são todos loucos. Procuram abrigo, pedem socorro. Eles dependem dos seus vilões. Inimigo amigo, que de tanto odiar, eles amam. Se apaixonam pelo errado. Se viciam no pecado. Depois não sabem voltar. Meus vilões são sinceros. Irônicos, sarcásticos, mas honestos. Não enganam, não iludem. Avisam que vão fazer mal, e sua vítima admite os riscos. O que é arriscado, é excitante. O perigo torna provocante. O prazer está no que é sujo, apavorante. Assustador. A dor traz o delírio, o gozo, o suspiro. A dor traz a vida para o corpo sem calor. Sem amor. Onde está o tal do amor? Nó ódio da criança que vê o pai perder a vida. Na tristeza de um inocente abandonado pela mãe. Na fome do miserável jogado pelos becos. Repugnância. Indiferença. O certo e o errado. O benéfico e o cruel. Qual o limite do mal? Onde de ser tão maléfico torna-se puro. Quando se excede o bem? No momento em que tanta bondade se transforma em tortura. E o que é útil nessa sociedade, que de tão moderna chega a ser clichê? As palavras vão saindo, tranquilamente, dói, como se me enfiassem uma estaca no coração.

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